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Avatar de Isabella Germano

Camarada, comigo é o contrário, eu nunca me senti mal em dizer que sou comunista, porque não posso dizer que sou capitalista, uma vez que não sou burguesa e não detenha nada além da minha força de trabalho da viver. O trabalho de base é feito como trabalho de formiguinha, precisa de um todo e compromisso que já entramos em desvantagem. Esse mesmo termo "desvantagem" também apareceu para mim em uma fala da minha babá de umbanda, no terreiro, que é um terreiro lgbt, falamos muito sobre questões políticas na nossa vida, e a babá pontuou, em qualquer lugar que nos colocamos já estamos em desvantagem, então precisamos dos nossos, da comunidade. Entendo completamente suas questões, mas se olhar um pouco pelo viés psicanalitico, vera que ninguém é tão importante assim, então passei e me cobrar menos e fazer o que tem pra hoje, e sempre sonhando com o mundo comunismo. O horizonte está lá, tem dias que o caminho é sozinho, acompanhado, mas sempre tem mais gente na caminhada. Não sei se ficou claro o que quis dizer mais, mas não tenha vergonha do que você acredita e quer se sentir livre para dizer quem é, até porque se do outro lado estiver um nazifascista ou um alienado conservador, não se importe, do mesmo jeito que ele nos vê como aberrações, sabemos que as aberrações são eles.

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Avatar de amanda

Queria te mandar um áudio mas vou fazer o que eu posso com o espaço do comentário! Tenho uma arte na minha parede que diz “jamais cair na tentação de odiar o povo” e pra mim começa aí a dificuldade com o comunismo, meu calcanhar de aquiles é lidar com as pessoas, com as suas incoerências, alienações, dificuldades, pensar que conseguem ser pedras gigantes no caminho de um horizonte melhor para elas mesmas é suficiente para eu não saber dialogar direito, ser uma péssima panfletaria principalmente. Vejo a esquerda numa intensa briga de ego e não consigo acreditar de verdade que vamos conseguir influência suficiente para uma revolução, então COMO me denominar comunista por aí se o povo, muitas vezes, me afasta da construção coletiva e também sentindo no fundo do peito que a revolução não passa de um sonho infantil. Depois de muitas crises sobre isso tenho feito as pazes com a ideia de que o que me faz comunista não é nada dessas coisas, é a fé (com toda a carga mesmo do termo) na construção coletiva, a noção de que nada somos sem nós, mesmo que nosso grupo tenha infinitos nós para desatar, todos estão fortemente apertados pelo capital. Meu inimigo é a crueldade capitalista, e se eles não tem vergonha de vestirem essa camisa por que eu teria de vestir o seu avesso? As vezes brinco que sou comunista não praticante (ao contrário de você me falta respaldo teórico, mas sobra militância prática), mas no fundo a gente ouve, fala, vive, pensa fundamentado no comunismo, e talvez seja sobre isso no fim das contas

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